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Mara Hope: A incrível história do navio encalhado que virou símbolo de Fortaleza


L'épave du Mara Hope aujourd'hui.
O naufrágio do Mara Hope hoje.

O Mara Hope, um petroleiro soviético encalhado na costa de Fortaleza desde 1985, tornou-se um símbolo icônico da cidade, misturando história marítima, tragédia industrial e atração turística.


Um épico marítimo transformado em naufrágio

Construído em 1967 na União Soviética como Vladimir Konovalov, o navio passou por várias mudanças de proprietários e nomes, tornando-se Asian Glory em 1979 e depois Mara Hope em 1983. Em novembro de 1983, um grande incêndio destruiu a sala de máquinas enquanto estava atracado em Port Neches, Texas. Embora todos os 40 tripulantes tenham sido evacuados sem ferimentos, o navio foi declarado perda total.


Destinado à demolição em Taiwan, o Mara Hope iniciou sua viagem final em 1985, rebocado pelo Progress II. No entanto, problemas mecânicos forçaram o comboio a parar no porto de Mucuripe, em Fortaleza. Em 6 de março de 1985, durante uma forte tempestade, os cabos de amarração se romperam e o navio ficou à deriva até encalhar em um banco de areia próximo à praia de Iracema, a cerca de 700 metros da costa.


Tentativas de salvamento do navio Mara Hope e seu desmantelamento

Várias tentativas de reflutuação foram feitas, inclusive com a ajuda de rebocadores da Petrobras, mas todas falharam devido aos extensos danos estruturais e à profundidade do banco de areia. Em 21 de março de 1985, o navio foi oficialmente declarado perdido pelo seu proprietário.


Abandonado, o Mara Hope foi alvo de vândalos e saqueadores, até que a empresa Metal Mecânica do Ceará adquiriu os destroços para desmontá-lo. Este processo, que durou cerca de cinco anos, permitiu a recuperação de elementos como motores, hélices e instrumentos de navegação. Hoje, cerca de 30% da estrutura original ainda é visível, o restante está submerso e corroído pelo tempo.




Uma atração turística em declínio

Apesar de sua deterioração, o Mara Hope se tornou uma atração para mergulhadores e visitantes curiosos, atraídos pelas formações de corais ao redor do naufrágio. Entretanto, a estrutura enfraquecida agora representa um perigo, e visitas a bordo não são mais recomendadas. O navio, de propriedade do Estado brasileiro, continua sob vigilância da Capitania dos Portos do Ceará, que considera qualquer projeto de recuperação inviável devido aos custos e riscos envolvidos.


Le nageur Harrison Costa au pied de l'épave du navire Mara Hope.
Nadador Harrison Costa aos pés do naufrágio do navio Mara Hope.

Um vestígio entre a memória e o esquecimento

Mara Hope, visível do calçadão da praia de Iracema, virou assunto nas redes sociais, principalmente no Instagram. Ela personifica uma época passada e relembra a fragilidade dos gigantes do mar diante das forças da natureza.


Outros grandes naufrágios de Fortaleza

O navio da Amazon afundou após adernar e sua carga foi levada para o mar.
O navio da Amazon afundou após adernar e sua carga foi levada para o mar.

1. Paraense (1867)

Este navio a vapor de médio porte, encomendado por uma empresa inglesa para transportar produtos como algodão e café entre Fortaleza e Liverpool, bateu em rochas durante seu primeiro ano de serviço e encalhou. Mais tarde, ele foi dinamitado para limpar a rota de navegação. Hoje, vestígios como as caldeiras e a quilha ainda são visíveis debaixo d'água.


2. Cearense (1897)

Provavelmente utilizada para dragagem, esta embarcação, com mais de 100 metros de comprimento, afundou perto da área conhecida como Poço da Draga. Estruturas como os porões e partes do leme ainda estão presentes, embora o local seja de difícil acesso devido à pouca visibilidade da água.


3. Rosa (1897)

Este barco de madeira transportava barris que, depois de anos debaixo d'água, ficaram "petrificados". Durante os mergulhos, sua âncora, corrente e cabeços de amarração ainda podem ser vistos.


4. Torre de Sondagem (1932)

Uma plataforma flutuante usada para pesquisas durante o planejamento da construção do porto de Mucuripe afundou em 1932. Apenas parte da estrutura da torre permaneceu visível.


5. Avião T-33 (1967)

Em 22 de outubro de 1967, um caça T-33 da Força Aérea Brasileira caiu no mar durante demonstrações aéreas após a ponta de sua asa tocar a superfície da água. O piloto morreu no acidente.


6. Beny (1969)

Este navio, vindo do Maranhão e transportando sal, começou a tombar enquanto estava fundeado para reparos no porto de Mucuripe. Apesar das tentativas da tripulação de aliviar a carga, o Beny afundou completamente no dia seguinte.


7. Amazônia (1981)

Em 2 de novembro de 1981, este navio cargueiro transportando madeira e contêineres cheios de eletrodomésticos, roupas e outros produtos virou perto do porto de Mucuripe. A carga ficou espalhada nas praias próximas e foi recuperada em grande parte pelos moradores locais.


8. Bravamar X (2009)

Esta barcaça de transporte afundou em agosto de 2009 enquanto estava sendo rebocada. Apesar de várias tentativas de reflutuação, ele ainda permanece a uma profundidade de cerca de 10 metros.


9. Seawind (2012)


Nauvrage du Seawind.
Naufrágio do Seawind.

Este navio cargueiro búlgaro, ancorado no porto de Mucuripe desde 2011 devido a dívidas e reclamações da tripulação, afundou em 29 de junho de 2012, provavelmente devido à corrosão e infiltração. O naufrágio causou um vazamento de óleo na área.


10. Naufrágio do Aterrinho (data desconhecida)

Um barco de pesca de ferro afundou a cerca de seis metros de profundidade próximo ao quebra-mar do Aterrinho. Segundo os pescadores, o barco se soltou das amarras durante o transporte para o estaleiro do Inace.


11. Naufrágio da Ponte (data desconhecida)

Fotografias que datam de 1906 já mostram partes de um navio de ferro encalhado perto da Ponte Metálica. Com cerca de 50 metros de comprimento, o navio ficou parcialmente enterrado durante obras recentes no litoral.


Conclusão: Mara Hope, um Símbolo Eterno de Fortaleza

Quarenta anos após seu dramático encalhe no litoral de Fortaleza, o Mara Hope continua sendo muito mais do que uma simples relíquia marítima. A Mara Hope personifica a resiliência e a capacidade de Fortaleza de transformar a tragédia em um símbolo de identidade. Contemplando suas ruínas da Avenida Beira Mar ou explorando seus recifes enquanto mergulha, o visitante descobre uma história de mar, acaso e memória. À medida que o navio afunda suavemente no oceano, seu legado continua vivo, lembrando a todos que até mesmo naufrágios podem se tornar tesouros culturais.


Fontes

A história do navio Mara Hope: artigo do G1 Globo.

Todos os naufrágios em Fortaleza: artigo do Diário do Nordeste.

 
 
 

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